quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dia dos Professores: quem são nossos professores de História?

Amigos e amigas, discutindo questões sobre a esquerda e a direita em nosso país (em que acredito hoje não ser possível, visto que são todos iguais: políticos profissionais, partidos profissionais, sem orientação e atuação ideológicas) acabei sendo levado a pensar sobre Educação, e então rememorei a minha formação como professor de História no UNIBH entre os anos de 2003/2006.

Quem são os futuros professores de História em nosso país? Tomo como exemplo, como ponto de partida para possíveis respostas, a minha experiência pessoal nos 4 anos como estudante de graduação nesta instituição de nível superior mineira.

A maioria, como aponta estatísticas do MEC, faz uma licenciatura mas acaba não entrando em sala de aula. Formam-se professores e estes não querem e não exercem a sua profissão! O caos é maior em áreas como Física e Química, onde de cada 10 professores em sala de aula 7 não são nem físicos e nem químicos por formação.

Assim, uma boa parte de nossos futuros professores de História jamais serão, efetivamente, professores. Permanecerão fora da sala de aula, por razões simples: os salários e condições de trabalho não são nada atrativos, e isso eu sei muito bem.

Agora nos restam os que, como eu, exercem a profissão que escolheram, sendo professores de História e atuando, principalmente, nas escolas públicas das mais variadas redes de ensino do país. Estes se dividem em dois grupos distintos: bonecos e vagabundos de um lado, e de outro profissionais com personalidade e indivíduos independentes.

Me incluo no segundo grupo, com folga. Tinha comprometimento com minha formação, realizava meus estudos com empenho, demonstrava vontade em aprender e sabia dividir o que sabia com colegas e professores, mesmo que estes discordassem de minhas posições (o que não era raro). Não tinha medo de falar, de expor o que penso. Mas não possuía as amarras ideológicas do grupo mencionado anteriormente.

Mas falemos, criticamente, de nossos colegas débeis. Os chamados "bonecos e vagabundos" não possuem identidade, não são indivíduos, não pensam sozinhos e não possuem capacidade para isto (necessitam de um guru ideológico, de um professor revolucionário, de pessoas que lhe alimentem com falsas esperanças, com utopias velhas e que já tem gosto azedo a muito tempo). O lado vagabundo aflora sempre, não estudam, nem tem tempo pra isso porque estão ocupados com a política estudantil, com os movimentos sociais, com os bares da vida e com as drogas que lhes deixam sem capacidade de raciocínio (a maconha e a cocaína rolando soltas). São os esquerdolóides, são as viúvas dos modelos soviético-cubano-chinês e seus teóricos sem consistência (Lênin, Stálin, Trotski, Gramsci, Che, Fidel, Mao). Estes geralmente se formam como reprodutores da ideologia da velha esquerda, e quando chegam em nossas escolas públicas cospem, vomitam, este discurso nojento em nossos alunos e alunas (vejam o caso do livro didático "História Crítica" e as apontadas conquistas dos governos de Cuba e da ex-URSS, sem mencionar a censura a imprensa, o parentesco com outras formas de autoritarismo, os milhões de mortos, a intolerância).

Estes professores baseiam os seus planos de curso em análises do Capitalismo, nos males do Capitalismo, de como o Capitalismo foi construído historicamente e de maneira dialética desde a História Primitiva/apontada como Comunismo Primitivo (no sentido marxista), e nada mais fazem senão em pouco mais de 11 anos de ensino de História nos níveis fundamental e médio trabalhar muito mais "A História do Capitalismo" do que História mesmo.

A boa notícia, para nossos estudantes, é que estes professores de História "vagabundos e bonecos" não possuem longevidade profissional, pois acabam sendo engolidos pela lógica de mercado - que eles excluem ideológicamente e que não conseguem lidar com isso, ou seja, não são competitivos, e vocês certamente não os encontrarão em boas escolas. Eles ficarão confinados e presos as escolas mais desestruturadas, e lá eles permanecerão felizes, pois ao invés de dar aulas de História ele estará realizando mais um projeto social, mais uma ação social, o que lhe exige apenas boa vontade e não conhecimentos. Lógico, uns ou outros permanecerão confinados em algumas instituições de nível superior, onde todos juntos irão adorar o seu Deus mitológico: a revolução!

Enquanto isso, estou fazendo o meu trabalho, como bom profissional. A educação brasileira e meus alunos e alunas agradecem. Feliz dia dos professores, aliás dos verdadeiros professores.....que educam, que orientam, e que nunca doutrinam.

Abraços liberais, Tiago Menta.


3 comentários:

Bruno Marcondes disse...

Alô Tiago. Gostaria de saber se você conhece o livro Rumo à Estação Finlândia, de Edmund Wilson. Tem uma parte que ele discute o chamado "mito da dialética", tudo a ver com o que você disse a respeito do Deus mitológico da Revolução.
Abraços!

Anônimo disse...

Tiago,

Por acaso, em busca de referências sobre o Sérgio Buarque de Holanda no Youtube, dei com um vídeo seu. Gostei muito, na verdade. Depois acabei encontrando seu blog. É bastante raro (a meu ver) encontrar professores de História com uma orientaçao liberal, pelo menos no Brasil.
A propósito: algo do que você comenta sobre os professores de História fez-me lembrar um discurso do Oscar Arias, presidente da Costa Rica, falando sobre a Universidade Latino-Americana:
http://nightgoose.multiply.com/journal/item/249

Você tem conta de Facebook?

Um abraço
Helga

✿ RAQUEL disse...

Oie! Estava pesquisando esses dias sobre à mesopotâmia e acabei encontrando alguns videos seus no youtube,hoje pesquisando sobre capitalismo me deparei novamente com seus videos,e resolvi visitar o seu blog. Meu sonho é ser professora de história, e com certeza você é um exemplo de um otimo professor, que realmente ama ensinar!

Abraços