quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Reestatizar a Vale do Rio Doce? JAMAIS!


A vale é nossa”, pois é, só faltava essa agora. O esquerdismo brasileiro, caducante e agora tomado pelas euforias e delírios do chavismo venezuelano e especialmente do governo cocaleiro boliviano, nas últimas semanas tem organizado plebiscito (será que alguém votou nisso ai?) para saber se a sociedade brasileira apóia ou não a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce – megaempresa produtora de aço.

O que ninguém fala é por que este pessoal, capitaniados pelos petistas ladrões, agora quer recolocar isto em discussão. Está claro, amigos e amigas: os companheiros petistas precisam de bons empregos, precisam de mais dinheiro público para gastar a vontade com suas bolsas sociais e projetos de distribuição de renda (R$ 50,00 é renda? Você viveria com isso?), os petistas precisam de mais cargos públicos (como se os 80 mil novos funcionários públicos a serem contratados em 2008 não fossem mais do que suficientes). E a CVRD é um “prato cheio” com seus consecutivos lucros, saindo da condição de mais uma empresa estatal brasileira pouco lucrativa para, após a devida privatização, atingir exorbitantes margens de lucro e a condição de liderança e alta competitividade no mercado internacional de aço.

A esquerda é um “bezerro” desmamado e compulsivo, ela quer mamar, mamar, até secar todo o leite, ou melhor, o suor do povo. Ela quer se entrincheirar, como o PT já faz desde 2002, no Estado brasileiro e ali talvez governar por décadas, sempre em nome das minorias, dos miseráveis, que se avolumam neste país a cada dia.

É a mesma esquerda que lembra com saudosismo das teóricas “ditaduras do proletariado”, do Estado soviético, do partido único, que primeiro tomava a propriedade de todos em nome da coletividade e que logo se transmutava numa nova e maléfica concentração de riqueza e poder em torno de um núcleo central, de uma aristocracia partidária. Este é o sonho dourado, bucólico, de personagens como José Dirceu, Dilma Roussef, Aluísio Mercadante, José Genuíno, Berzoini, e claro, do líder carismático e imbecil Lula da Silva.

Não é nem preciso pensar muito e ver que reestatizar a CVRD é política atrasada, anacrônica e talvez perversa. E eles usam o bom e velho argumento de que a CVRD é “nossa”!! Hahahaha......que piada de mau gosto, pois a CVRD não é nossa e nunca foi nossa, assim como a Petrobrás e demais monstros do Estado brasileiro.

Você que agora me lê, me responda: qual a sua participação nestas empresas? Os lucros ou prejuízos delas alguma vez atingira a sua condição social ou econômica? A escolha das diretorias destas empresas é feita de maneira transparente, sempre com técnicos competentes e reconhecidos pelo mercado ou sempre é pelas vias da indicação política, de caráter partidário?

A CVRD vai muito bem obrigado, e lógico, devido ao seu distanciamento do estatismo, tornando-se uma entidade privada e competente, racionalizada, funcional, enxuta, e bem posicionada ou inserida no mundo pós-moderno globalizado. Parabéns aos seus funcionários e direção, pois caminham pela estrada do lucro e do progresso.

E os petistas, derrotados na questão da CVRD, que vão pra cama chorar que é lugar quente, e parem de insistir colocar o Brasil nas trilhas anacrônicas do estatismo, do coletivismo, do populismo e do seu falso Estado de bem-estar social. Ou bolsa família é bem-estar social? Não brinquem comigo.

Na postagem de hoje quero aqui homenagear um dos prismas maiores do pensamento liberal - falecido ano passado, o prof. norte-americano Milton Friedman.

Nada melhor, para nós brasileiros que presenciamos a cada ano o inchaço irresponsável do Estado brasileiro e de sua política de ineficácia liderados pelo projeto lulista, do que rememorar e refletir sobre a relação entre liberdade e política, liberdade e Estado, a partir do pensamento de Friedman.

No trecho aqui apresentado, retirado da obra CAPITALISMO E LIBERDADE em que Friedman escrevera conjuntamente com sua esposa prof. Rose Friedman, os autores discutem um pouco sobre liberdades individuais, o papel do Estado perante uma sociedade que prima pela liberdade, o mercado como manifestação das liberdades individuais, a opressão do intervencionismo estatal, etc...

Abraços liberais.

"Em uma passagem muito citada em seu discurso de posse, O presidente Kennedy afirmou: “não pergunte o que o seu país pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer por ele”. Nenhuma das duas partes da frase expressa uma relação entre os cidadãos e seu governo, digna dos ideais de uma sociedade de homens livres. A frase paternalista, “o que o seu país pode fazer por você”, implica que o governo é o protetor e o cidadão o tutelado, o que contraria a crença de que um homem livre é responsável por seu próprio destino. A frase, “o que você pode fazer por ele”, coloca o governo na posição de senhor e divindade, e o cidadão, na de servo e devoto.

O homem livre não perguntará o que o seu país pode fazer por ele ou o que pode ele fazer por seu país. Perguntará: “o que eu e meus compatriotas podemos fazer por meio do governo” para que cada um de nós possa assumir suas responsabilidades para alcançar nossos propósitos e objetivos e, acima de tudo, para proteger nossa liberdade? E acrescentará a essa, outra pergunta: como podemos impedir que o governo que criamos se torne um monstro que venha a destruir justamente a liberdade para cuja proteção nós o instituímos e mantemos?

A liberdade é uma planta rara e delicada. Nossas mentes nos informam, e a história confirma, que a maior ameaça à liberdade é a concentração do poder. O Estado é um meio necessário por meio do qual podemos exercer e preservar nossa liberdade; entretanto, como concentra o poder através do processo político, constitui ao mesmo tempo uma ameaça à liberdade.

Como podemos nos beneficiar das garantias do Estado sem por em risco a liberdade? Dois princípios gerais dão a resposta que tem preservado até hoje nos tem mantidos livres.

O primeiro princípio é o de que o papel do Estado deve ser limitado. Sua principal função deve ser a de proteger nossa liberdade, tanto contra inimigos externos como contra os inimigos internos dentre os nossos próprios compatriotas: preservar a lei e a ordem, fazer valer os contratos privados, promover mercados competitivos. O segundo princípio é o de que o poder do Estado deve ser disperso. Se o Estado deve exercer o poder, é melhor que o exerça no município que no estado; e melhor no estado que na federação.

1. A relação entre a liberdade econômica e a liberdade política

Toma-se como certo que a política e a economia são departamentos estanques; que a liberdade individual é uma questão política, e que o bem-estar material uma questão econômica; e que qualquer forma de organização política pode ser combinada com qualquer tipo de ordem econômica. A principal dessas crenças é a defesa do “socialismo democrático” pelos que condenam as restrições à liberdade individual do “socialismo real”, mas que acreditam que o planejamento central da economia é compatível com a liberdade individual.

Esse ponto de vista é ilusório. Existe uma estreita relação entre a economia e a política. Somente algumas combinações de sistemas políticos e ordens econômicas são possíveis, e uma sociedade socialista não pode ser democrática e garantir a liberdade individual.

Em uma sociedade livre, a ordem econômica desempenha dois papéis: a liberdade econômica é parte da liberdade como um todo, constituindo um fim em si mesma; e a liberdade econômica é um meio indispensável à liberdade política, por seus efeitos sobre a concentração ou a dispersão do poder. O capitalismo competitivo é o tipo de ordem que, ao separar o poder econômico do poder político, permite o controle de um sobre o outro.

O problema econômico central é o de coordenar as ações de um imenso número de indivíduos, decorrente da divisão do trabalho e da especialização. O desafio de uma ordem liberal é conciliar essa interdependência econômica dos indivíduos com a liberdade individual.

Só há duas formas de coordenar as atividades econômicas. Uma é o planejamento central, secundado pela coerção: é a técnica do Exército e do Estado totalitário moderno. A outra é a cooperação voluntária dos indivíduos: a economia de mercado.

Sempre que uma transação econômica é voluntária e as partes envolvidas estão informadas sobre o objeto da transação, ela resultará sempre em benefício mútuo para as partes, ou não ocorrerá. Pela troca, portanto, torna-se possível a coordenação sem coerção. A economia de mercado baseada na empresa privada, o capitalismo competitivo, está baseada na troca voluntária. Numa ordem social desse tipo, o consumidor é protegido da coerção de um vendedor pela competição entre os demais vendedores no mercado. O empregado é protegido da coerção do empregador pela competição dos outros empregadores, e assim por diante. E o mercado faz isso, de forma impessoal e automática, sem nenhum planejamento centralizado.

A existência de um mercado livre não elimina a necessidade do Estado. Ele é essencial para determinar as “regras do jogo” e para interpretar e fazer valer as regras estabelecidas. Dadas as regras do jogo, o papel do mercado é reduzir o número de questões que devem ser decididas pelo processo político e minimizar a participação do Estado no jogo.

2. O papel do Estado em uma sociedade livre

O papel do mercado pode ser refraseado: o de permitir a unanimidade sem conformidade, constituindo um sistema de efetiva representação proporcional, em que cada indivíduo no papel de consumidor escolhe (“vota”) com seu próprio dinheiro. Ao contrário, o proceso político tende a exigir a conformidade, porque cada questão deve ser decidido por um “sim” ou um “não”, e o resultado da votação aplica-se igualmente a todos.

Nem sempre, contudo, é possível a representação proporcional no mercado. Com relação a certos itens indivisíveis, não dispomos de alternativas ao processo político para dirimir as diferenças de opinião. Defesa nacional é um, detre muitos exemplos.

O Estado como legislador e árbitro

Assim como um bom jogo exige que os jogadores aceitem tanto as regras quanto o árbitro encarregado de interpretá-las e de aplicá-las, uma boa sociedade exige que seus membros concordem com as condições que regulem as relações entre eles, com o modo de arbitrar interpretações diferentes dessas condições e com algum dispositivo para garantir o cumprimento das regras aceitas. Em uma sociedade livre, o árbitro – o Estado – restringe-se a essas funções. A necessidade do Estado nesta área decorre da impossibilidade da liberdade absoluta: a liberdade de uns deve ser limitada para preservar a dos outros."



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