quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Presidente Lula: mais símbolo, menos governante

Amigos e amigas, não pude me conter com a foto enviada abaixo, pelo amigo agrônomo Paulo Getúlio (Lula antes e depois, ontem e hoje):Na primeira fotografia vemos o "velho Lula", sindicalista, típico dos anos 80 e que chegou a disputar a Presidência da República em 1989 utilizando-se dos argumentos raivosos da velha política de esquerda.

Em seguida o Lula contemporâneo, já Presidente da República reeleito, graças a campanha vitoriosa de 2002 marcada por uma nova postura política, menos esquerdista e mais conciliadora - o que a imprensa chamava de "lulinha paz e
amor".

Olhando as fotos, comparando épocas e contextos, e sabendo que os indíviduos tendem a crescer ao longo da vida com a experiência, podemos ter a convicção de que o Lula da primeira imagem não aponta para o Lula da imagem seguinte, são homens completamente diferentes. Melhor para o Brasil.

E assim quero aqui posicionar-me diante de nosso Presidente, valendo-me das inspiradoras, e não menos irônicas e pedagógicas imagens. Qual a minha visão sobre a figura do Presidente Lula?

Lula não é um bom Presidente. Nunca acreditei, e nem acreditarei no projeto social do Partido dos Trabalhadores, contudo jamais poderia imaginar o que já ocorreu e o que não ocorreu nestes anos de Lula no poder: corrupção sistêmica e desenvolvimento do país.

Lula não estava e ainda não está preparado para governar um país como o Brasil.
Lula funciona melhor como um ícone, como um simbolismo de um Brasil que nasce na miséria e na luta pela sobrevivência, que não se educa, e que vive numa sistemática e umbilical dependência do Estado (por isso o emparelhamento que hoje vivemos e o inchaço cada dia maior do setor público e das atribuições estatais).

Não posso falar do homem, até por não conhecê-lo. Falo do administrador, do homem público, do chefe de governo e de Estado. E ele só não peca, não comete tantos erros, como chefe de Estado - afinal sabe representar bem, apesar dos sérios problemas linguísticos, o nosso povo no exterior perante as outras nações e chefes de Estado (Lula consegue dialogar com Chávez e Bush, consegue ser político e meta-ideológico nos assuntos internacionais). Como administrador é incapaz, lembremos "nenhum governo pode abrir mão da CPMF", "eu não sei de nada", "nunca antes na história deste país ...." etc E aí estão escândalos somando-se a outros escândalos.

Lula governa no imobilismo, na letargia. Seu governo é um reflexo dos 8 anos do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB - a impressão que se
dá é que de 1994 até hoje muito pouco ou nada mudou: as reformas essenciais não vieram e não virão (política, trabalhista, tributária), a justificativa economicista que ainda recai sobre o plano real, a taxa de juros conservadora, a busca por superávits, e o crescimento anual do país até hoje não atingiu e com muita dificuldade atingirá os 5%. A violência e a impunidade continuam. E as políticas assistencialistas estão aí, como o bolsa escola depois transformado em bolsa família (a grande chaga que impedirá o crescimento do país, já que o nosso bolo será eternamente pequeno mesmo que repartido).

Seu governo, hoje nos idos de 2007, a 3 anos de novas eleições, já acabou. Nada mais irá ocorrer em termos de mudanças profundas, de atitudes inovadoras que coloquem o país no caminho do progresso. Fato é que já se discute sua sucessão, inclusive com Ciro Gomes nas ruas, Aécio e Serra governando como que atuando num palco, e a base aliada (especialmente o PMDB do atual ministro do caos aéreo Nelson Jobim) cada vez mais tomando conta do governo em busca de um futuro apoio em 2010 - já que o PT não tem condições, nem quadros, para embarcar um sucessor para Lula (e assim permanecerá enquanto o partido continuar sob liderança paulista, na qual apontaria como a ala podre e fétida do partido - Marco Aurélio Garcia, José Dirceu, Ricardo Bezzoini, José Genuíno, Aloísio Mercadante, Marta Suplicy, etc).


Muito se tem debatido sobre o fato de que nosso Presidente não é um homem das "letras". Concordo em dizer que para governar o Brasil não é necessário ser um eminente intelectual, como mostra o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Mas falta a Lula muitas coisas, diria essenciais a um governante: mais conhecimento. Lula tem dificuldade em se expressar, privilegia o improviso e não a organização racional do pensamento, fazendo-o falar pelos "cotovelos" e a cometer uma série de gafes. Lula é uma boca, apenas uma boca, que fala, que ecoa a fala "oficial", a voz do governo, mas não pensa, nada cria. E esta incapacidade para a criação lhe impede ser um bom governante, um bom administrador, não basta fazer política para ser um bom Presidente (foi isso que ele aprendeu nos anos como sindicalista, sempre negociar, nunca criar).

Lula é o mais pedagógico dos governantes que o Brasil já tivera, para ensinar ao povo brasileiro de que não basta "boas intenções" para governar o Brasil. De que o governo não precisa ser um reflexo do que somos, mas que ele deve ser melhor do que somos, afinal irá conduzir muito de nossas vidas. O brasileiro vai aprender que as esquerdas não funcionaram e que não sabem governar, e que PT e PSDB são duas faces de uma mesma moeda. O brasileiro, nas próximas eleições que ainda estarão por vir, vai começar a pedir por mais e por melhor, por algo diferente na
vida política: que reúna carisma e competência, credibilidade e vontade de fazer mudanças, que tenha coragem de retirar o país do comodismo e que nos faça trabalhar para construir uma nação mais próspera, pois só com prosperidade é possível não fazer justiça social, mas possibilitar justiça social de maneira espontânea e uniforme - dando uma morte rápida ao patrimonialismo, ao fisiologismo e ao nosso maior câncer: o assistencialismo.

PALAVRAS DE UM MESTRE

Na postagem anterior homenageei o prof norte-americano Milton Friedman, da chamada "escola de Chicago" de orientações liberais.

Na postagem de hoje irei aqui deixar alguns parágrafos da obra "O caminho da servidão" do prof Friedrich von Hayek,economista, filósofo e psicólogo austríaco, da chamada "escola de Viena".

Boa leitura e abraços liberais:

Se o socialismo substituiu o liberalismo como a doutrina da grande maioria dos progressistas, isso não significa apenas que as pessoas tenham esquecido as advertências dos grandes pensadores liberais sobre as conseqüências do coletivismo.

Quase não ocorre hoje que o socialismo era, de início, francamente autoritário. No que se referia à liberdade, os fundadores do socialismo não escondiam suas intenções. Eles consideravam a liberdade de pensamento a origem de todos os males da sociedade do século XIX, e o primeiro dos planejadores modernos, Saint-Simon, chegou a predizer que aqueles que não obedecessem às comissões de planejamento por ele propostas seriam "tratados como gado".

Tocqueville, mais do que ninguém, percebeu que a democracia, como instituição essencialmente individualista, entrava em contradição frontal com o socialismo. Segundo ele, "democracia e socialismo nada têm em comum exceto uma palavra: igualdade". Mas, advertia o próprio Tocqueville que "enquanto a democracia procura a igualdade na liberdade, o socialismo procura a igualdade na repressão e na servidão".

O advento do socialismo seria um salto do reino da necessidade para o reino da liberdade. É importante perceber a sutil alteração do sentido a que se submeteu a palavra liberdade para tornar plausível esse argumento. Para que o homem pudesse ser verdadeiramente livre, o "despotismo da necessidade material" deveria ser vencido, e atenuadas "as restrições decorrentes do sistema econômico". Liberdade nesse sentido não passa, é claro, de um sinônimo de poder ou riqueza. A reivindicação da nova liberdade não passava, assim, da velha reivindicação de uma distribuição eqüitativa da riqueza. Mas o novo rótulo forneceu aos socialistas mais uma palavra em comum com os liberais, e eles a exploraram ao máximo, a despeito do novo sentido dado àquela palavra.

A promessa de maior liberdade tornou-se uma das armas mais eficazes da propaganda socialista. Foi inquestionavelmente a promessa de maior liberdade que atraiu um número crescente de liberais para o socialismo e tornou-os incapazes de perceber o conflito existente entre os princípios do socialismo e os do liberalismo. O socialismo foi aceito pela maior parte da intelligentsia como o herdeiro aparente da tradição liberal. Nos últimos anos, porém, esse erro foi tornando-se claro. Foi-se tornando clara a extraordinária semelhança, em muitos aspectos, das condições de vida nos regimes fascista e comunista.

Enquanto para muitos que observaram de perto a transição do socialismo para o fascismo, a relação entre os dois sistemas ficou cada mais evidente, na Inglaterra a maioria ainda acredita que o socialismo e liberdade ainda podem ser conciliados.

O socialismo democrático, a grande utopia das últimas gerações, não só é irrealizável, mas o próprio esforço necessário para concretizá-lo gera algo tão inteiramente diverso que poucos dos que agora o desejam estariam dispostos a aceitar as suas conseqüências.

III. INDIVIDUALISMO E COLETIVISMO

Há um equívoco com relação ao conceito de socialismo, que pode significar os ideais de justiça social e maior igualdade, mas o fato é que significa também a abolição da iniciativa privada e da propriedade privada dos meios de produção, e a criação de um sistema de "economia planejada" no qual o empresário que trabalha visando ao lucro é substituído por um órgão central de planejamento. Os fins ou objetivos do socialismo devem ser avaliados juntamente com os meios usados na sua realização. Não podemos nos esquecer de que o socialismo é uma espécie de coletivismo e que, portanto, tudo o que se aplica ao coletivismo se aplica também ao socialismo.

Quase todos os pontos de divergência entre socialistas e liberais referem-se aos métodos comuns a todas as formas de coletivismo, e não aos fins específicos para os quais os socialistas desejam empregá-los.

O conceito de "planejamento" deve sua popularidade em grande parte ao fato de todos desejarmos, obviamente, resolver os problemas ordinários da forma mais racional e de, para tanto, precisarmos utilizar toda a capacidade de previsão possível. Nesse sentido, somos todos planejadores. Mas o que os planejadores exigem é um controle centralizado de toda a atividade econômica de acordo com um plano único, que estabeleça a maneira pela qual os recursos da sociedade sejam "conscientemente dirigidos" a fim de servir a determinados fins.

A doutrina liberal baseia-se na convicção de que a concorrência é a melhor maneira de decidir sobre o uso dos recursos escassos; e reconhece que para ser eficaz a concorrência requer a existência de uma estrutura legal cuidadosamente elaborada. Além disso, os liberais reconhecem que quando a concorrência falha, outros métodos de orientar as atividades econômicas se fazem necessários. Mas são contrários à substituição da concorrência de mercado por outros métodos menos eficazes de coordenação dos esforços individuais.

Não basta, para a eficácia do mercado, que a lei reconheça o princípio da propriedade privada e da liberdade de contrato; também é importante uma definição precisa do direito de propriedade.

Finalmente, há certos campos nos quais, sem dúvida, nenhuma disposição legal poderá criar a condição primeira da qual depende a eficácia do sistema: que o proprietário se beneficie de todos os serviços úteis prestados pela sua propriedade e sofra as conseqüências dos danos causados pelo seu uso. Quando isso não se dá, faz-se necessária a ação das autoridades para a correção dos desvios oriundos de externalidades positivas e negativas.

A criação de uma estrutura institucional adequada ao funcionamento benéfico da concorrência estava longe de ser completada quando, em toda a parte, os Estados começaram a substituí-la por um princípio diferente e inconciliável. Já não se tratava de fazer funcionar a concorrência e de complementar-lhe a ação, mas de substituí-la por completo. O que une os socialistas de esquerda e direita é essa hostilidade à concorrência e o desejo de substituí-la por uma economia dirigida.

A luta universal contra a concorrência promete gerar, antes de tudo, algo ainda pior: uma situação que não pode satisfazer nem planejadores nem liberais, uma espécie de organização sindicalista ou "corporativista" na qual a concorrência é mais ou menos suprimida, mas o planejamento fica nas mãos de monopólios independentes, controlados por setores específicos da economia.

Muitos ainda acreditam que é possível encontrar um meio-termo entre concorrência e dirigismo central. Isso não é viável, pois os dois métodos são fracos e ineficientes quando incompletos. O planejamento e a concorrência só podem ser combinados quando se planeja visando concorrência, nunca contra ela.
















domingo, 23 de setembro de 2007

O FIM DA CPMF - SAÍDA PARA O SENADO E A MORTE DO GOVERNO LULA

Na última semana a Câmara dos Deputados votou em plenário voto favorável a continuidade, por mais 4 anos, do "imposto do cheque", das transações e movimentações financeiras - a CPMF.

CPMF criada no governo Fernando Henrique Cardoso, aliado ao então ministro da Saúde o cardiologista Adib Jatene - imposto que seria revertido a saúde do povo brasileiro, mais especificamente investido em nosso SUS. E naquela época, fazendo ferrenha oposição, lá estavam os petistas grunhindo contrários ao novo imposto. Quanta ironia. Hoje no poder, Lula e seus aceclas clamam pela continuidade do imposto, hoje com alíquota maior que a original (hoje 0,38%), dizendo que sem ela não há como o governo fechar as suas contas e manter os seus programas sociais, como o Bolsa Família.

Aí está! Sim, aqui está a chave para que o Senado da República ressuscite, renasça como uma ave Fênix em defesa da população brasileira (em pesquisa 54% contrários a cobrança da CPMF).

Senadores que hoje "descansam" no mais absoluto Inferno, após o suicídio cometido no "Renan Gate", sejam homens, sejam cidadãos, saiam deste estado moribundo e de surdez sem igual, e dêem a população brasileira uma resposta de força votando CONTRA A CPMF.

Para aprová-la no Senado federal o governo necessitará de 49 votos favoráveis a cobrança do imposto, e sabemos, pelo painel do Renan Gate, de que o governo possui 40 votos contrários aos seus interesses e bastarão que eles se mantenham, que não haja mais nenhuma traição aos interesses públicos, para que a CPMF não passe no Congresso Nacional.

Por isso Lula esperneia agora, falando que nenhum governo abriria mão destes recursos. Todos estãos preocupados, afinal o fim da CPMF pode começar a desmoronar o tão "aclamado" bolsa família, quando o imposto deveria estar sendo investido na saúde (vide a greve que perdurou no nordeste e o caos que hoje vive o SUS nesta região, como exemplo).

A única saída para o governo, infelizmente, será a utilização das estatais, dos cabides de emprego, das direções das empresas nacionais, para os partidos que se aliarem ao governo na luta pela prorrogação deste infame imposto (cobrado sobre bases não-produtivas, mas na simples movimentação de capitais) que um dia o PT e Lula clamavam pelo seu fim e que hoje defendem com unhas e dentes! Isso que dá transformar o Estado brasileiro num monstro cada vez maior, pois ele necessitará sugar-nos cada dia mais - e em algum momento, talvez agora, as contas públicas irão começar a não fechar e o país pagará alto preço pelos 8 anos do governo Lula. Bem feito?

Abraços liberais.
PELO FIM DA CPMF, PELA REFORMA TRIBUTÁRIA JÁ.
PELO ESTADO MÍNIMO.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Reestatizar a Vale do Rio Doce? JAMAIS!


A vale é nossa”, pois é, só faltava essa agora. O esquerdismo brasileiro, caducante e agora tomado pelas euforias e delírios do chavismo venezuelano e especialmente do governo cocaleiro boliviano, nas últimas semanas tem organizado plebiscito (será que alguém votou nisso ai?) para saber se a sociedade brasileira apóia ou não a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce – megaempresa produtora de aço.

O que ninguém fala é por que este pessoal, capitaniados pelos petistas ladrões, agora quer recolocar isto em discussão. Está claro, amigos e amigas: os companheiros petistas precisam de bons empregos, precisam de mais dinheiro público para gastar a vontade com suas bolsas sociais e projetos de distribuição de renda (R$ 50,00 é renda? Você viveria com isso?), os petistas precisam de mais cargos públicos (como se os 80 mil novos funcionários públicos a serem contratados em 2008 não fossem mais do que suficientes). E a CVRD é um “prato cheio” com seus consecutivos lucros, saindo da condição de mais uma empresa estatal brasileira pouco lucrativa para, após a devida privatização, atingir exorbitantes margens de lucro e a condição de liderança e alta competitividade no mercado internacional de aço.

A esquerda é um “bezerro” desmamado e compulsivo, ela quer mamar, mamar, até secar todo o leite, ou melhor, o suor do povo. Ela quer se entrincheirar, como o PT já faz desde 2002, no Estado brasileiro e ali talvez governar por décadas, sempre em nome das minorias, dos miseráveis, que se avolumam neste país a cada dia.

É a mesma esquerda que lembra com saudosismo das teóricas “ditaduras do proletariado”, do Estado soviético, do partido único, que primeiro tomava a propriedade de todos em nome da coletividade e que logo se transmutava numa nova e maléfica concentração de riqueza e poder em torno de um núcleo central, de uma aristocracia partidária. Este é o sonho dourado, bucólico, de personagens como José Dirceu, Dilma Roussef, Aluísio Mercadante, José Genuíno, Berzoini, e claro, do líder carismático e imbecil Lula da Silva.

Não é nem preciso pensar muito e ver que reestatizar a CVRD é política atrasada, anacrônica e talvez perversa. E eles usam o bom e velho argumento de que a CVRD é “nossa”!! Hahahaha......que piada de mau gosto, pois a CVRD não é nossa e nunca foi nossa, assim como a Petrobrás e demais monstros do Estado brasileiro.

Você que agora me lê, me responda: qual a sua participação nestas empresas? Os lucros ou prejuízos delas alguma vez atingira a sua condição social ou econômica? A escolha das diretorias destas empresas é feita de maneira transparente, sempre com técnicos competentes e reconhecidos pelo mercado ou sempre é pelas vias da indicação política, de caráter partidário?

A CVRD vai muito bem obrigado, e lógico, devido ao seu distanciamento do estatismo, tornando-se uma entidade privada e competente, racionalizada, funcional, enxuta, e bem posicionada ou inserida no mundo pós-moderno globalizado. Parabéns aos seus funcionários e direção, pois caminham pela estrada do lucro e do progresso.

E os petistas, derrotados na questão da CVRD, que vão pra cama chorar que é lugar quente, e parem de insistir colocar o Brasil nas trilhas anacrônicas do estatismo, do coletivismo, do populismo e do seu falso Estado de bem-estar social. Ou bolsa família é bem-estar social? Não brinquem comigo.

Na postagem de hoje quero aqui homenagear um dos prismas maiores do pensamento liberal - falecido ano passado, o prof. norte-americano Milton Friedman.

Nada melhor, para nós brasileiros que presenciamos a cada ano o inchaço irresponsável do Estado brasileiro e de sua política de ineficácia liderados pelo projeto lulista, do que rememorar e refletir sobre a relação entre liberdade e política, liberdade e Estado, a partir do pensamento de Friedman.

No trecho aqui apresentado, retirado da obra CAPITALISMO E LIBERDADE em que Friedman escrevera conjuntamente com sua esposa prof. Rose Friedman, os autores discutem um pouco sobre liberdades individuais, o papel do Estado perante uma sociedade que prima pela liberdade, o mercado como manifestação das liberdades individuais, a opressão do intervencionismo estatal, etc...

Abraços liberais.

"Em uma passagem muito citada em seu discurso de posse, O presidente Kennedy afirmou: “não pergunte o que o seu país pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer por ele”. Nenhuma das duas partes da frase expressa uma relação entre os cidadãos e seu governo, digna dos ideais de uma sociedade de homens livres. A frase paternalista, “o que o seu país pode fazer por você”, implica que o governo é o protetor e o cidadão o tutelado, o que contraria a crença de que um homem livre é responsável por seu próprio destino. A frase, “o que você pode fazer por ele”, coloca o governo na posição de senhor e divindade, e o cidadão, na de servo e devoto.

O homem livre não perguntará o que o seu país pode fazer por ele ou o que pode ele fazer por seu país. Perguntará: “o que eu e meus compatriotas podemos fazer por meio do governo” para que cada um de nós possa assumir suas responsabilidades para alcançar nossos propósitos e objetivos e, acima de tudo, para proteger nossa liberdade? E acrescentará a essa, outra pergunta: como podemos impedir que o governo que criamos se torne um monstro que venha a destruir justamente a liberdade para cuja proteção nós o instituímos e mantemos?

A liberdade é uma planta rara e delicada. Nossas mentes nos informam, e a história confirma, que a maior ameaça à liberdade é a concentração do poder. O Estado é um meio necessário por meio do qual podemos exercer e preservar nossa liberdade; entretanto, como concentra o poder através do processo político, constitui ao mesmo tempo uma ameaça à liberdade.

Como podemos nos beneficiar das garantias do Estado sem por em risco a liberdade? Dois princípios gerais dão a resposta que tem preservado até hoje nos tem mantidos livres.

O primeiro princípio é o de que o papel do Estado deve ser limitado. Sua principal função deve ser a de proteger nossa liberdade, tanto contra inimigos externos como contra os inimigos internos dentre os nossos próprios compatriotas: preservar a lei e a ordem, fazer valer os contratos privados, promover mercados competitivos. O segundo princípio é o de que o poder do Estado deve ser disperso. Se o Estado deve exercer o poder, é melhor que o exerça no município que no estado; e melhor no estado que na federação.

1. A relação entre a liberdade econômica e a liberdade política

Toma-se como certo que a política e a economia são departamentos estanques; que a liberdade individual é uma questão política, e que o bem-estar material uma questão econômica; e que qualquer forma de organização política pode ser combinada com qualquer tipo de ordem econômica. A principal dessas crenças é a defesa do “socialismo democrático” pelos que condenam as restrições à liberdade individual do “socialismo real”, mas que acreditam que o planejamento central da economia é compatível com a liberdade individual.

Esse ponto de vista é ilusório. Existe uma estreita relação entre a economia e a política. Somente algumas combinações de sistemas políticos e ordens econômicas são possíveis, e uma sociedade socialista não pode ser democrática e garantir a liberdade individual.

Em uma sociedade livre, a ordem econômica desempenha dois papéis: a liberdade econômica é parte da liberdade como um todo, constituindo um fim em si mesma; e a liberdade econômica é um meio indispensável à liberdade política, por seus efeitos sobre a concentração ou a dispersão do poder. O capitalismo competitivo é o tipo de ordem que, ao separar o poder econômico do poder político, permite o controle de um sobre o outro.

O problema econômico central é o de coordenar as ações de um imenso número de indivíduos, decorrente da divisão do trabalho e da especialização. O desafio de uma ordem liberal é conciliar essa interdependência econômica dos indivíduos com a liberdade individual.

Só há duas formas de coordenar as atividades econômicas. Uma é o planejamento central, secundado pela coerção: é a técnica do Exército e do Estado totalitário moderno. A outra é a cooperação voluntária dos indivíduos: a economia de mercado.

Sempre que uma transação econômica é voluntária e as partes envolvidas estão informadas sobre o objeto da transação, ela resultará sempre em benefício mútuo para as partes, ou não ocorrerá. Pela troca, portanto, torna-se possível a coordenação sem coerção. A economia de mercado baseada na empresa privada, o capitalismo competitivo, está baseada na troca voluntária. Numa ordem social desse tipo, o consumidor é protegido da coerção de um vendedor pela competição entre os demais vendedores no mercado. O empregado é protegido da coerção do empregador pela competição dos outros empregadores, e assim por diante. E o mercado faz isso, de forma impessoal e automática, sem nenhum planejamento centralizado.

A existência de um mercado livre não elimina a necessidade do Estado. Ele é essencial para determinar as “regras do jogo” e para interpretar e fazer valer as regras estabelecidas. Dadas as regras do jogo, o papel do mercado é reduzir o número de questões que devem ser decididas pelo processo político e minimizar a participação do Estado no jogo.

2. O papel do Estado em uma sociedade livre

O papel do mercado pode ser refraseado: o de permitir a unanimidade sem conformidade, constituindo um sistema de efetiva representação proporcional, em que cada indivíduo no papel de consumidor escolhe (“vota”) com seu próprio dinheiro. Ao contrário, o proceso político tende a exigir a conformidade, porque cada questão deve ser decidido por um “sim” ou um “não”, e o resultado da votação aplica-se igualmente a todos.

Nem sempre, contudo, é possível a representação proporcional no mercado. Com relação a certos itens indivisíveis, não dispomos de alternativas ao processo político para dirimir as diferenças de opinião. Defesa nacional é um, detre muitos exemplos.

O Estado como legislador e árbitro

Assim como um bom jogo exige que os jogadores aceitem tanto as regras quanto o árbitro encarregado de interpretá-las e de aplicá-las, uma boa sociedade exige que seus membros concordem com as condições que regulem as relações entre eles, com o modo de arbitrar interpretações diferentes dessas condições e com algum dispositivo para garantir o cumprimento das regras aceitas. Em uma sociedade livre, o árbitro – o Estado – restringe-se a essas funções. A necessidade do Estado nesta área decorre da impossibilidade da liberdade absoluta: a liberdade de uns deve ser limitada para preservar a dos outros."



quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O SENADO MORREU ESTA TARDE


Amigos e amigas, não pude me conter. A pouco mais de uma hora o Senado brasileiro morreu.
Isso mesmo, não sabiam caros leitores, o Senado brasileiro está morto. Causa da morte: asfixia. E pior, não morreu pela doença que o aflige a mais de cem dias (a letargia, a incompetência, o distanciamento de qualquer base popular e a corrupção) mas cometera suicídio.
Hoje a tarde o Senado se matou!
Absolver Renan é legitimar a falta de ética, a ganância e a politicagem. E assim o fizeram 40 senadores de nossa imaginária república. República que se fragmenta, se dissolve num bando de políticos que lá estão para tudo, menos para nos representar.
É um daqueles dias em que temos vergonha de ser brasileiro. É um daqueles dias em que a revolta é tamanha que dá vontade de romper os limites da razão e sair as ruas para destruir tudo o que está ai.
E não se enganem, quem votou a favor de Renan, e contra o país, foram a base aliada, ou melhor alijada, deste desgoverno petista. Sim, Lula tem suas garras nisso ai, não sejamos ingênuos.
A sociedade brasileira já respira radicalidade, pois o lulismo polariza os brasileiros e agora o Senado dá claras mostras de que não representa o povo brasileiro e também que não respeita a vontade popular. Pois é, hoje o Brasil está pior. Nossa democracia mostra-se alinhada com a impunidade, o que é um antagonismo fatal, apontando para um país que cada dia mais coloca em descrédito as suas instituições que só se dizem democráticas no discurso, visto que são oligárquicas (como sempre mostra a história brasileira desde os tempos imperiais) na realidade.
E não se enganem se Renan renunciar a Presidência do Senado nos próximos dias, o que confirmaria a negociata com o petismo (absolvição em troca de sua saída da liderança do Congresso Nacional).
Bom, o fato está consumado e agora só nos resta enterrar o nosso Senado, pois este não merece nem um velório - pois não há como velar a nossa própria vergonha.
Descanse em paz Senado brasileiro, e caros e ilustres senadores, façam-nos um favor: vão para o inferno!



sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A ESQUERDA EM CRISE - REFUNDEMOS A REPÚBLICA NACIONAL

A esquerda brasileira ainda não se recuperou da queda do muro de Berlim, do fim do projeto socialista pelas vias elaboradas desde a pedra angular do século 19 com Marx e Engels até os anos sessenta do último século com o que chamo de “triplo caminho para o abismo”: os modelos sócio-político-econômicos chinês, soviético e cubano.

Quem é a esquerda hoje? O Partido dos Trabalhadores, duvido muito. O PT está mais próximo do velho Partido da Frente Liberal (PFL) do que se poderia imaginar, bastando para isso assistirmos a sua consolidação como partido forte na região antes habitat natural do pefelismo: o Nordeste. Lula se reelegeu, ano passado, com o voto em uníssono do nordeste brasileiro e seu incalculável grotão de miséria, devidamente servilizado pelo bolsa família. A região centro-sul do país, onde se concentra a população marcadamente mais escolarizada, com melhores condições de vida, sejam nas camadas medianas ou mais ricas, abandonou Lula após 4 anos de muitas frustrações e desilusões entre 2002-2006.

E o PSDB? Não difere muito do projeto e do modelo petista de governar, de pensar e fazer política. São verdadeiras “farinhas do mesmo saco” ideológico, a social-democracia com vinculações tipicamente européias. Se o PT se construiu pela via popular, o PSDB se construiu pela via acadêmica, mesmo que surgido como rachadura do PMDB.

É o fenômeno que apontamos como a “geléia geral” da política brasileira. Todos são iguais, todos agem da mesma forma e pensam da mesma maneira. O que difere uns dos outros é detalhe mínimo, por isso a importância hoje dada aos marketeiros políticos – vejam o que o PT gastou com Lula Mendonça nas eleições de 2002!! Ao marketeiro é dada a difícil missão de construir um candidato, com perfil vencedor, que convença os eleitores brasileiros de que vale a pena votar nele e que ele é diferente dos demais, diferente do que está ai medianamente.

Assim, a “esperança” depositada em Lula em 2002 se construiu e se mostrou como argumento mais do que suficiente para sua vitória nas urnas. Depois de 8 anos com o PSDB e Fernando Henrique no poder isso ficou ainda mais fácil, já que o segundo mandato do PSDB arruinou o governo e o desgastou com a população – ávida por mudanças, transformações, que hoje sabemos que não vieram e não virão com Lula e o PT.

Mostra de que a esquerda, especialmente a brasileira, entrou em colapso é de que os dois grandes partidos que se dizem de esquerda, PT e PSDB, não o são. Os dois, só como exemplo, governando o Brasil desde 1994 (portanto 13 anos, alternando poderes) ainda não conseguiram e não implacaram qualquer avanço com relação a reforma agrária. E pior, ação social, uma agenda necessária para uma política de esquerda, transformou-se ao longo dos anos em neo-populismo com os bolsões oferecidos pelo Estado brasileiro que de elefante branco se transformará em baleia azul muito em breve.

E os que ainda carregam a “foice e o martelo” consigo: PSOL, PSTU, PCO, PC do B, PSB, PPS, são filhotes mutantes do “triplo caminho para o abismo”. Bradam revoluções infra-estruturais, dinamitam o capitalismo e o transformam em causa de todos os problemas, e se organizam, raivosamente (com espumas nos lábios mesmo) em movimentos sociais dos mais variados (desde associação de moradores, de bairro, entidades que representam os interesses de raças, credos, orientação sexual, ONGS, grupos que defendem a ecologia e a preservação do meio ambiente, grupos contra-culturais, etc).

Fico imaginando o que Marx e Engels estão sentindo em seu descanso eterno no inferno: muita vergonha e ira, certamente. O que as sociedades realizaram com o projeto original e utópico dos dois é uma amostra da complexidade dos seres humanos e de nossa infeliz capacidade de deturpar qualquer coisa ou pensamento em nome de uma verdade própria, já entendida como verdade a priori antes mesmo de imaginarmos construí-la.

Stálin e outros ditadores que o projeto socialista produziu fizeram uso da miserabilidade popular e da teoria marxiana para se instaurarem e se perpetuarem no poder, de maneira a governarem de maneira absoluta e inquestionável. E tudo sob o véu de um governo dito “popular” ou mesmo “revolucionário”. Afinal, como ir contra a vontade geral, a vontade popular? O argumento era uma justificativa plausível e eficiente.

Muitos morreram em nome do “povo”. Muitas cabeças rolaram, pescoços foram quebrados, pela vontade “popular”. A “vontade popular” que faz uso da dialética pela teoria que lhe dera o poder, mas que na vida prática não aceita a mesma dialética, visto que a “vontade popular” não consegue lidar com contradições. Não há contradições, diriam, pois o projeto final da sociedade é este comunismo no qual diziam estar caminhando em pisadas firmes.

E o que seria uma esquerda ainda possível? Aquela que se desligasse das raízes do marxismo, do próprio projeto socialista. Aquela que fizesse a leitura real do mundo pós-moderno em que vivemos, globalizado, mundializado e mercadilizado. Que lutasse, sempre, pelos direitos mais fundamentais dos homens, e não por uma classe de seres iluminados ou puros. Uma esquerda progressista, liberal e democrática.

Progressismo no trato com a política econômica, priorizando investimentos em setores estratégicos do país, que gerem riqueza, lucros, empregos e renda dentro do país. Liberalismo no trato com a sociedade, defendendo o respeito a vida, a propriedade e a dignidade humana – combatendo o crime, a impunidade, fazendo valer as leis. Democracia no trato com os mecanismos administrativos, na transparência da vida pública, na fiscalização do que é público, na garantia de que os impostos serão sempre destinados ao que é correto e melhor para o país.

Aliás, entendo que a divergência “esquerda e direita” deveria ser abandonada. Primeiro porque, antes de tudo, somos animais políticos por natureza (no sentido aristotélico), e depois a classe política de hoje, desde a modernidade, tende a se tornar uma categoria altamente profissional (como aponta Max Weber). Os políticos somos todos nós, porém o Estado moderno incorporou em si uma nova ordem política – dos políticos profissionais. E nós, amadores e profissionais, estamos todos, conscientes ou não, mergulhados no jogo político, na tomada de decisões dentro do que seria a nossa morada, a nossa “polis”.
Que caminhos devemos seguir? A esquerda ou a direita? As opções são tão variadas, e entrepostas, em termos de propostas e proposições, e o modelo democrático estimula tanto o debate de idéias, que não há como polarizar a vida política – seria uma espécie de ingenuidade intelectual (carregando ainda um pouco da cultura de Guerra Fria, de um lado os socialistas, os interessados na ação social e no coletivismo, e de outro os capitalistas, os interessados no livre jogo de mercado e nos interesses privados).

O que nós, enquanto brasileiros, deveríamos nos preocupar, era numa outra polarização: quem são honestos e quem são desonestos? Quem são comprometidos com o país e quem são comprometidos só consigo mesmos? E após vislumbrarmos toda esta realidade, separando o joio do trigo em termos práticos e não ideológicos, reiniciaríamos a nossa vida política – que parece necessitar ser reiniciada, do zero mesmo: que refundemos a nossa República, por uma nova e verdadeira república brasileira.

QUANDO TUDO VOLTAR AO NORMAL...

Será o dia em que:

- GENUINO será algo verdadeiro;
- GENRO apenas o marido da filha;
- SEVERINO apenas o
porteiro do prédio.
- FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
- LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
- GREENGALGH voltará a ser
um almirante que participou de nossa história;
- Dirceu, Palloci,
Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini, Gedimar, Valdebran, Bargas, Expedito
Veloso, Gushiken, etc, serão simples presidiários.

- E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.

Agora quando olho meu titulo de eleitor entendo o
verdadeiro significado de "ZONA ELEITORAL".

E não é que o amigo Paulo Ghiraldelli Junior também “cansou”. Parabéns professor!
Até eu cansei

Até eu cansei. Ao ler nos jornais que a mãe de Grazi (BBB) recebia bolsa família, e que não teria ido mais pegar o dinheiro e, no entanto, o dinheiro estava sendo depositado, não consigo não sentir uma profunda prostração. Sim, é cansaço. O governo Lula está conseguindo nos derrotar. Não é só incompetência generalizada o que vemos. Não é só roubo. É pior que isso. É descaso para com a opinião pública.

O MEC vinha financiado o programa Brasil Alfabetizado, mas o dinheiro não chegava a lugar algum. Mas, como os que pegavam o dinheiro eram petistas ou ligados a instituições próximas de petistas ou do PT, não precisavam prestar contas. E isso não foi escândalo em um ministério administrado por um ministro picareta, foi na Educação, com o Fernando Haddad, que tenho em alta conta. E agora, mais essa, também em uma área social que tem a ver com a questão educacional. Isto é, começamos a perceber que o programa Bolsa Família – que já é um mal em si – é um escoadouro de dinheiro sem qualquer precaução ou administração.

Ao mesmo tempo em que isso ocorre, cada vez que tentamos nos relacionar com o governo ou com o funcionalismo público mais diretamente ligado ao poder central, mais percebemos que se trata de um governo que tem falta de quadros. Vai melhorar seus quadros? Não! Apenas está aumentando o número de cargos de confiança, sem que consiga provar a sua necessidade.

Por todo lado que tentamos fazer algo, nada funciona. E vamos realmente ficando cansados.

A Belíndia está desaparecendo. A Belíndia era como chamávamos o Brasil, que pelo fosso entre ricos e pobres e entre pólos desenvolvidos e pólos subdesenvolvidos, havia gerado um país que era a junção de dois, a Índia, do Terceiro Mundo e a Bélgica, do Primeiro Mundo. Agora não temos mais isso. A Bélgica que existia dentro do Brasil está desaparecendo. Fica claro quando freqüentamos lugares de classe média e média alta, e percebemos que eles estão degradados, em todos os sentidos.

Aeroporto era lugar de classe média – não funciona. Companhias aéreas tinham charme. Elas não possuem mais nenhum. Livrarias famosas já não possuem livreiros que conheçam livros, e embora tenham sofisticados cafés internos, seus banheiros não funcionam. Meninas do Mackenzie que antes sabiam inglês, agora sofrem para ler em português. A USP que era um berço da filosofia, agora tem professores desconhecidos e que escrevem em revistas cujo conteúdo e apenas pego de sites apócrifos da NET. Cinemas que podiam, até pouco tempo, alternar suas programações entre filmes de arte e filmes populares, agora optaram ou por uma linha ou por outra. Colégios de gente rica que ensinavam de verdade, agora são apostilados. Restaurantes legais em bairros nobres funcionam assim somente à noite, mantendo um self service popular no almoço. E até mesmo o café está ralo em lugares que até pouco tempo conservava-se o clima elegante de São Paulo. A Bélgica abandonou o Brasil. E a Índia, lá fora, nos superou. Não é mais termo de comparação. Pois a Índia ficou no Terceiro Mundo, e nós descemos para o Quarto Mundo.

Com o Programa Bolsa-Família, não melhoramos em nada os pobres. E com a ineficácia e estupidez da política de Lula para a classe média, perdemos o pouco de desenvolvimento que tínhamos. O PT pode falar mal da Veja, e a Veja realmente é de direita e, não raro, chega até beirar o fascismo, mas há verdades em várias de suas manchetes. Uma delas, já velha, tinha uma verdade que agora não conseguimos não reconhecer: o Brasil ficou mais burro com o PT. O governo Lula tem um “ar” brega, algo parecido com rodoviária de periferia. Não funciona. Olha, até eu cansei.

Paulo Ghiraldelli Jr. "o Filósofo da cidade de S. Paulo"