Amigos e amigas, e não é que o Presidente Lula demitiu alguém de seu governinho. Demorou, demorou demais, mas finalmente caiu o Ministro da Defesa (parece piada) Waldir Pires.
Ele sai e entra quem? O incorrigível lulismo e sua política sindicalista fazem agora renascer das cinzas o velho jurista Nelsom Jobim, do PMDB (o partido do amor). Jobim é uma espécie de "coringa" político do governo Lula, podendo ser utilizado em qualquer pasta do Estado, sempre pronto para dar a sua contribuição para que o governo não afunde em sua própria lama, ou seja, é o "tapa-buracos" por excelência do Palácio do Planalto.
Se vai dar certo ou não vai não sabemos. Mas certamente é melhor ficarmos com o ministro coringa do PMDB do que continuar com a infame permanência de Waldir Pires na pasta da Defesa.
O lulismo paralítico, novo conceito em política de Estado para tratarmos de Brasil nos últimos anos, vem mostrando nos últimos meses lances paranóicos - especialmente a maior de suas paranóias: "somos perseguidos pela grande mídia, pelas elites e pelos políticos golpistas".
Será que estes três elementos estavam no estádio do Maracanã vaiando o Presidente Lula em plena abertura dos jogos do Pan(aca) Rio 2007? Creio que em parte, mas que as vaias foram e são manifestações naturais, contrárias ao atual governo, disto não duvidem. E como começam a perder voz, a ficarem queimados perante a opinião pública e ao povão (curral político de Lula), reiniciam o velho jogo de que estão sendo perseguidos.
E se aceitarmos a hipótese de que são perseguidos, por que não questionarmos as razões de tamanha "perseguição"?
Parafraseando nosso ilustre Presidente "nunca antes neste país" assistimos a uma desordem institucional tão grande, a construção de uma política de morosidade aliada ao populismo barato que condena os pobres a permanecerem conscientemente pobres (pois receberão sempre do bom governinho os vales, as bolsas), a uma corrupção que escapa pelos dedos não pela ação do governo mas pela quantidade de atos corruptos (Sanguessugas, Vampiro/Waldomiro Diniz, Ambulâncias, Mensalão, Galtama, José Dirceu, Antônio Palocci e o caseiro, Apagão Aéreo) e pela centena de corruptores que se avolumam no PT e nas bases aliadas do governo.
E depois é tudo perseguição da mídia, das elites (como se os nossos governantes do PT e base aliada fossem realmente pessoas simples e representantes do povo), e dos políticos golpistas (uma piada, porque nunca vi uma oposição tão morna, tão besta, e que estão muito mais interessados no sangramento do país hoje e do próprio governo, já vislumbrando as eleições de 2010 que cairão nos braços do PSDB de Serra ou Aécio).
Se o governo se diz perseguido, o que diriam Getúlio, Juscelino, Goulart - massacrados por todos os lados durante os anos em que governaram este país. Não há hoje uma oposição como haviam UDN, PSD, ou até mesmo dos Integralistas, nos primeiros passos democráticos de nossa vida republicana. Hoje não há mais um Jânio Quadros, Plínio Salgado, Carlos Lacerda, ou mesmo um Mário Covas, um Brizola, para apontar o dedo para um governo como este. Lula impera sozinho num mar de lama, e vai azedando aos poucos com a própria sujeira que criou e cultivará ao longo de seus 8 anos de mandato.
Mas de onde vem, genealógicamente, esta paranóia lulista? Ela tem profundas raízes na esquerda brasileira que por décadas foi perseguida e até morta com violência, desde o Partidão (PCB) nas décadas de 20/30/40 até aos grupos guerrilheiros exilados, torturados ou mortos pelos governos militares, especialmente os dos generais Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1970-1975). Nestes contextos sim foram realmente perseguidos, mas vivia-se em plena Guerra Fria (1945-1991) que já caiu por terra desde que a Rússia retomou o caminho da razão com Gorbatchev em 1991, dissolvendo o maor "elefante branco" do mundo: a URSS.
Os políticos que hoje governam este país pertenceram a esta esquerda dos anos 60, marcada pela violência (nos porões e nas guerrilhas urbanas ou rurais). É preciso lembrar aos amigos petistas que a Guerra Fria acabou, que o Socialismo foi um sonho que criado teoria mostrou-se tirânico e perverso na vida real (como aponta Adorno ligando comunismo e fascismo) e que por conseguinte foi derrotado pela dinâmica capitalista e pelo viés político líbero-democrático, que os velhos generais torturadores estão ou velhos ou mortos e que não mais sairão dos quartéis (porque governar este país é coisa de louco, e por isso o general Figueiredo entregou o osso rapidinho). Então, camaradas, o que há, realmente, não é perseguição, mesmo que alguns debatedores políticos da grande mídia se mostrem raivosos ou rancorosos (como Mainardi e Veja), mas sim crítica e arrependimento - pois o PT construiu uma aura ética, e Lula foi usado para consolidar esta visão (via Presidente-Operário), contudo os anos de governo, a confiança do povo brasileiro, vão se desfazendo nestes anos todos, devagar, favorecidos pela incompetência de sua oposição (PSDB, PMDB e DEMOCRATAS não conseguem ser ou fazer oposição), e assim a política nacional cai, aos poucos em total descrédito.
E então, com a política desacreditada, em seguida contaminaremos nossa híbrida democracia com a desconfiança, e então tudo estará perdido novamente, como já apontava Hannah Arendt quando buscava compreender a origem do totalitarismo, e o Brasil será seduzido por uma nova ordem, certamente autoritária, ou a direita ou a esquerda (bastando surgir, nos próximos tempos, uma nova figura carismática, no sentido weberiano do termo.
Abraços indignados com este país, desgovernado (como um Airbus gigante sem piloto, caindo dos céus rumo ao nada, ao abismo). E de um povo bom, ingênuo, só não mais ingênuo que a esquerda nacional.
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