quarta-feira, 4 de julho de 2007

O Troco da Bandeirinha!



Esta semana deve chegar as bancas de todo o país a edição da revista Playboy com a auxiliar de arbitragem, vulgo "bandeirinha", Ana Paula de Oliveira.



Antes de mais nada, é importante que eu afirme: mulheres devem, no pensamento, trabalhar em jogos de futebol como árbitras, auxiliares, em jogos de futebol feminino, e não no esporte masculino visto que sempre irá imperar, neste meio, muito preconceito, discriminação, e ela sempre será questionada como mulher e não como profissional do esporte.



Exemplo disto são os casos de erros recentes de arbitragem: do gaúcho Carlos Eugênio Simon na partida entre Botafogo x Atlético/MG, e da própria Ana Paula na partida decisiva entre Botafogo vs Figueirense, ambas partidas pela Copa do Brasil deste ano. Para o erro de Simon o gaúcho recebera punição leve, moderada, e ontem mesmo apitou a partida da Copa América na Venezuela entre Argetina vs Colômbia. E para Ana Paula? Uma severa punição e a jovem e bela auxiliar de arbitragem foi "bandeirar" numa partida da 4º divisão do Campeonato Paulista, sendo humilhada por todos os lados por dirigentes do futebol e torcedores machistas.



Ana Paula, que já em edições anteriores havia dado uma entrevista a revista masculina, já deveria ter em mãos uma proposta, porém preservando a sua posição de auxiliar de arbitragem e com objetivo de chegar a uma Copa do Mundo, de maneira consciente, acabava não aceitando qualquer oferta.



Mas com a severa punição imposta pela CBF, com as críticas machistas vindo de todos os lados, questionada até os limites do suportável, Ana Paula deve ter chegado a convicção de que sua carreira dentro do futebol estava condenada a um melancólico e frustrante final. E então, de maneira inteligente e crítica, a mesma Ana Paula agora chega as bancas nua em pêlos, após acordados R$ 550.000,00 como pagamento pelas fotos. Isso mesmo Ana, bem feito aos babacas que rodeiam e comandam o nosso futebol. Vão ter que engolir o seu sucesso, pois esta revista já causa frisson entre torcedores, jornalistas, cronistas, no mundo do futebol - e assim Ana terá ganhos com a venda das revistas, e com contratos comerciais que irão chover em suas mãos após a chegada da Playboy de julho nas bancas.



Que me desculpem os meus leitores, mas estou com nojo do Congresso Nacional brasileiro, especialmente dos nossos velhinhos do Senado. Por isso, não dá, e para relaxar, de alguma maneira, decidi escrever sobre o caso Ana Paula de Oliveira e a revista Playboy deste mês - que de maneira sociológica demonstra quanto o brasileiro é machista, e pior, hipócrita.



Hipocrisia que se estampa na cara de cronistas e jornalistas do esporte bretão que quando perguntados se vão ou não vão adquirir a revista insistem em responder que não, que não comprariam pelas esposas, ou que só os amigos vão comprar, e assim saindo pela tangente. Hipócritas!!!!



Futebol brasileiro que anda marcado pela sexualidade, iniciado com a revista de Ana Paula de Oliveira, e agora com a suposta homossexualidade assumida, via programa Fantástico da rede Globo, por um dos jogadores do São Paulo Futebol Clube, que tem seus torcedores chamados pelos rivais de "bambis". E assim o futebol brasileiro vai adquirindo contornos de caso terapêutico freudiano.





  • Indicação de Leitura

Considerado o primeiro cientista político da história do pensamento moderno, Nicolau Maquiavel dedicou o grande livro "O PRÍNCIPE" para o governante de sua Florença, da poderosa família dos Médici.


Nesta obra Maquiavel elabora uma espécie de manual prático da vida política, baseado especialmente nos exemplos da política clássica de gregos e romanos, e mostrando em pormenores como um governante, um príncipe, deve proceder moralmente e politicamente para preservar-se no poder.


Pensador que muitas vezes, e de maneira injusta, é considerado imoral, inclusive gerando o adjetivo pejorativo "maquiavélico", Nicolau traz nesta obra discussões interessantes como o famoso "se para o príncipe é melhor ser amado ou ser temido por seu povo".


Homem característico da era moderna e renascentista, Maquiavel transcende toda a idealização política (o governo ideal, o governante ideal) que vigorava desde Platão e mostra a política moderna como ela era, nua e crua, amparado historicamente para isto.


Boa leitura!











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